Daqui a sete
anos, em 2030, a frota de veículos PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle,
veículo elétrico plugável) e BEV (Battery Electric Vehicle, veículo elétrico a
bateria) vai aumentar 160 vezes, passando das 31.064
unidades para 507 mil, segundo um estudo realizado pela Boston Consulting
Group, empresa de consultoria global, que prevê ainda a necessidade de
investimentos de R$ 14 bilhões no mercado de infraestrutura de carregamento
para mobilidade elétrica até 2035.
A progressão dos números traz com ela não
apenas uma transformação inevitável, mas todas as variáveis que acompanham essa
mudança e pautam as principais discussões de ESG: a valorização da excelente
matriz renovável brasileira, o incremento das políticas públicas sobre o
assunto e a construção de cidades inteligentes que transformem o cotidiano dos
cidadãos, com redução de poluição, ruídos e melhoria na saúde da população.
Hoje, 13% das emissões de CO2 mundiais são provenientes de transportes, sendo
91% do modelo rodoviário, segundo o
Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito
Estufa (SEEG) e o Climate Watch (CAIT) - Country Greenhouse Gas Emissions
Data.
“Não há
mais como negar que o conceito de cidade inteligente está diretamente ligado ao
impacto que o transporte causa na vida das pessoas. E neste momento as
discussões avançam para a relevância do transporte elétrico compartilhado, o
tempo e local de carregamento e a infraestrutura necessária para isso acontecer”, diz Paulo Antunes, responsável pela área de Mobilidade
Elétrica da Smart Infrastructure da Siemens.
Infraestrutura necessária de carregamento
Com a evolução do mercado
de eletrificados, surge a necessidade urgente da criação de uma infraestrutura
de carregamento para esses veículos, sejam eles carros de usuários comuns, de motoristas
de aplicativo, ônibus de frota ou caminhões. E essa infraestrutura precisa
entregar uma experiência ótima para o usuário, de maneira que o processo de
carga seja o mais similar o possível com o abastecimento de combustível. Por isso, a
infraestrutura de carregamento ultrarrápido (carregadores com potência superior
a 150kW) é estratégica na adoção de veículos elétricos em escala.
Recentemente, a Siemens realizou um estudo
para um cliente que tem uma rede de postos de abastecimento urbanos e
rodoviários e que buscava entender qual é o melhor carregador para a frota
circulante no Brasil. Para atender a um contingente de quase 8 mil veículos,
foi estudada a potência média de carregamento da bateria e sua capacidade para
que o veículo possa circular.
Buscando a experiência do usuário em
rodovias, considerando a potência média da frota e a capacidade da bateria, um
carregador que melhor se adapta seria, por exemplo, um modelo DC (Corrente
Contínua – Carga Rápida) de 160kW ou 180kW, com 2 plugs CCS (80kW a 90kW por
plug), com tempo de carregamento médio de 40 minutos (de 0% a 100% da bateria)
ou 32 minutos (de 20% a 100% da bateria). Cenário bastante adequado para uma
parada rápida em um posto antes de seguir viagem. Ainda distante do tempo de
abastecimento de veículos à combustão, porém, mais próximo do tempo que
normalmente se gasta em uma parada de uma longa viagem.
Novos modelos de negócios
Um novo modelo de negócio une a Siemens e a Brasol, empresa do
grupo especializada em soluções de energia distribuída no modelo de serviço.
Trata-se de um serviço customizado de carregamento para veículos elétricos e
geração de energia solar limpa na modalidade “Charging as a Service” (CaaS).
Com ele, o cliente do setor industrial ou comercial fica isento da compra e do
gerenciamento dos equipamentos da Siemens, que ficam sob a responsabilidade da
Brasol durante o período de contratação.