Judith comentou que a Siemens é uma empresa focada em tecnologia há 175 anos com o objetivo de melhorar a vida das pessoas. “Nosso envolvimento com empresas no Brasil é essencial para contribuir com a digitalização da economia brasileira. O Brasil também é um ícone, por causa da Amazônia. Queremos contribuir com nossa tecnologia para os esforços de sustentabilidade de nossos clientes e, assim, proteger esse grande patrimônio”.A executiva reforçou que a Siemens aborda a questão da sustentabilidade com um framework chamado DEGREE, um acrônimo em inglês para as palavras Descarbonização, Ética, Governança, Eficiência de recursos, Equidade e Empregabilidade.
“A Siemens foi uma
das primeiras empresas a aderir aos compromissos de descarbonização lançados
anos atrás. Mas isso ainda tinha mais a ver com nossas próprias operações.
Ficou claro, no entanto, que a sustentabilidade não é apenas uma necessidade, é
também um bom negócio. Moldamos nossos negócios para ajudar nossos parceiros a
reduzir suas emissões e alcançar seus objetivos também. O fato é que nosso
planeta não será viável sem uma ampla conscientização em todos os setores, em
todos os países, e não apenas oferecemos soluções, mas também formas de
acelerar essa transformação”, disse ela.
Encerrando o primeiro bate-papo, Fava complementou
lembrando o início da história da empresa. “A
Siemens começou como uma startup, em Berlim, e continua sendo relevante e
gerando inovação porque isso faz parte da cultura da empresa. O fato é que,
hoje, ninguém mais faz nada sozinho. A inovação nasce de parcerias, como as que
temos com algumas entidades e universidades, pesquisadores e clientes”,
acrescentou o CEO.
Mundo real e digital
Avançando na programação, o painel Acelerando o mundo real e virtual reuniu Dirk Didascalou, CTO
Global da Siemens Digital Industries, remotamente de Munique, na Alemanha,
Bernardo Fernandes, Head de Power Technologies International da Siemens nos
EUA, e os mediadores Sergio Jacobsen, Vice-presidente da Smart Infrastructure da
Siemens, e Daniel Scuzzarello, Head da Siemens Digital Industries Software.
O tema da conversa partiu de uma constatação: os mundos
real e digital já convivem nos negócios, foram acelerados pelos efeitos da
pandemia na sociedade e o uso de dados não é mais uma tendência - é uma
necessidade urgente. Jacobsen e Scuzzarello lembraram como a digitalização foi
fundamental para a transformação dos negócios e o enfrentamento da doença, com
linhas de produção aceleradas para a produção de vacinas e a produção de
respiradores mecânicos.
Didascalou analisou o ambiente industrial do presente e
apontou alguns dos muitos benefícios trazidos para projetos reais desenvolvidos
com a participação da Siemens. “Transformação digital não é apenas algo bom de
se ter, é algo que se deve ter”, disse
Didascalou. “Ainda hoje, muitas empresas do ramo industrial tendem a concentrar
esforços em seus produtos, especializando-se nos processos para fabricá-los. A
transformação foca na produção de forma vertical e em um processo guiado por
dados, possibilitando novas estratégias, novas abordagens do mercado e,
naturalmente, muito mais eficiência e produtividade”, complementou.
Fernandes também aproveitou a oportunidade para traçar um
panorama do tema nos Estados Unidos, sinalizando o que já desponta no mercado
brasileiro. “A tecnologia não espera ninguém”, comentou o executivo, apontando
para a realidade de empresas de diversos ramos, que precisaram se adaptar a
situações como a pandemia e conflitos regionais, especialmente na Europa, com a
alteração drástica de segmentos como o fornecimento de energia, a logística e a
produção industrial.
Um dos exemplos trazidos por Fernandes foi a mudança de
paradigma em termos de consumo de energia em países do Oriente Médio que,
embora com recursos ainda abundantes de combustíveis fósseis, hoje caminham
para a introdução de fontes renováveis. Outro exemplo veio da Europa, onde
vários países estão substituindo mecanismos de aquecimento a gás, em função do
conflito entre Ucrânia e Rússia. “Tudo isso só se consolida com uma estrutura
tecnológica e digital”, concluiu. Outra referência veio da Califórnia, com a
implementação de um sistema para mobilidade elétrica, integrando as variáveis -
carros, estações de carga, semáforos, vias públicas – em um modelo desenvolvido
pela Siemens que simulou ciclos de carga de forma a viabilizar esse sistema,
sem afetar as operações da concessionária local de energia.
Durante esse painel, Didascalou apresentou a plataforma
Siemens Xcelerator, que ao mesmo tempo facilita e democratiza o acesso a
ferramentas digitais. Ele explicou como o ciclo de vida, com todas as suas
etapas, passa a ser abordado não mais de forma
sequencial, mas simultânea. “O Siemens Xcelerator une o aspecto operacional ao
de tecnologia da informação, tornando o processo mais ágil, mais rápido e muito
mais eficiente”, apontou o CTO, trazendo exemplos reais em que os clientes
obtiveram maior produtividade, velocidade, agilidade e sustentabilidade em suas
operações.
ESG e Inovação são inseparáveis
Ainda na parte da manhã, o painel Como os desafios ESG estimula inovações no Brasil contou com a
participação de José Borges, Head de Inovação da Siemens no Brasil. A mediação
foi feita por Denise Hill, diretora global de Sustentabilidade da Natura, e
mais Fábio Passos, da Bayer, e Celso Procknor Filho, da Braskem. “Tudo o que
fazemos, na nossa vida pessoal e nas empresas, gera impacto. Precisamos
trabalhar sempre para que eles sejam positivos”, comentou Denise. “Inovação e
ESG são dois temas intimamente ligados, não é possível separar esses dois
conceitos”, apontou Borges. “Não venderei o nosso futuro pelo lucro fácil. Essa
frase, que foi dita pelo fundador da Siemens, Werner von Siemens, ainda no
século 19, é absolutamente relevante e, de certa forma, condensa o conceito de
Sustentabilidade”, acrescentou Borges, que também citou a conhecida frase de
Charles Darwin, que afirmava que quem sobrevive no meio ambiente não é
necessariamente o mais forte, mas o que melhor se adapta. “Isso também se
aplica às empresas: precisamos nos adaptar continuamente para sobreviver”,
concluiu Borges.
Na sequência, aconteceu o painel Conectividade e Segurança Cibernética, com a apresentação de Márcia
Ogawa, executiva da Deloitte Brasil e professora da Universidade de São Paulo.
Ela citou um estudo realizado pela consultoria para traçar um panorama da
conectividade no Brasil. “Existe um alto grau de maturidade sobre Internet das
Coisas (IoT) no Brasil, porque nós nos antecipamos nesse tema, inclusive quando
o assunto parecia precoce, por volta de 2015”, comentou Márcia.
A especialista avaliou que esse avanço no conceito de IoT
não deverá gerar conflito com o início das operações do 5G no Brasil. Márcia
também abordou a questão da segurança em redes industriais, visto como fator
mais importante para a adoção de redes públicas de 5G. Depois de sua
apresentação, Márcia mediou uma conversa com Carlos Nazareth, da Inatel, e
Ítalo Calvano, da Claroty, empresa da área de segurança cibernética que conta
com capital da Siemens. “O 5G é uma revolução inclusive por viabilizar o mundo
IoT para todos os segmentos da economia, além de aumentar a instantaneidade de
uma rede de comunicação”, comentou Calvano, que também apresentou exemplos já
efetivos do uso de tecnologia 5G na agricultura. Ao final, Márcia deixou uma
mensagem aos participantes do evento. “Não tenham medo de inovar e investir em
tecnologia nas suas empresas”, concluiu.
Painéis
simultâneos
No período da tarde, o Siemens Innovation Forum 2022
apresentou painéis paralelos em três pilares: Inovação na Indústria, Inovação
na Infraestrutura e Inovação em Ecossistemas. O participante podia escolher
entre três conteúdos simultâneos e participar de sessões sobre diversos temas:
tecnologias na manufatura, energias renováveis, ESG, inovação junto a
instituições de ensino, eficiência na distribuição de energia, entre outros. No
total, foram quinze painéis diferentes, todos contando com a participação de
especialistas da própria Siemens e convidados.
Arena Tech: soluções na prática
A Arena Tech, uma das atrações
do Siemens Innovation Forum 2022, exibiu os estandes Smart Cities, Eficiência e
Descarbonização, Soluções em Serviços Digitais, Business to Society, Inovação
em Sistema, Fundação Siemens, Acelerando a Transição Energética, Metaverso
Industrial e Cibersegurança.