Quando mergulhamos no ambiente industrial, a demanda se torna muito mais
sofisticada, com a necessidade de obter facilidade e agilidade orientadas para o
dia a dia. Para isso, a coleta, processamento e análise de dados combinada com
a interconectividade das coisas são fundamentais para alcançar tal objetivo, sendo
denominado processo de convergência digital. Assim como usuários de telefones
celulares, cada indústria contém suas particularidades e a customização de
aplicações se faz muito necessária.
Para conseguir migrar de uma situação em que as informações de operações
dentro de uma fábrica se concentram na nuvem ou de maneira pouco conectada no ambiente
industrial, a Siemens se uniu à Fundação CERTI para entregar um modelo de referência
do IoT Industrial, voltado para o processo de convergência digital. Tal modelo
é composto por hardwares, uma plataforma web de governança, uma conta global no
repositório da companhia, aplicativos feitos sob medida e metodologia ágil de
integração e entrega contínuas, que habilitam o fluxo de agregação de valor no
ambiente industrial. “Eventualmente é preciso fazer o processamento de dados perto da máquina
(longe da nuvem). É preciso coletar o dado, analisar e fazer agregação de valor
com o mesmo. E isso pode ser uma solução de inteligência artificial, de
visualização ou um aplicativo de terceiros”, diz Cláudio Franzoi, engenheiro e
desenvolvedor de negócios da Siemens.
Siemens e CERTI já
tem uma parceria de longa data para sistemas ciberfísicos e há quatro meses uma
parceria para soluções de computação de borda se iniciou. De um lado, uma
companhia dedicada à transformação do ambiente industrial; e do outro, uma
empresa em busca de desenvolver e implementar tecnologias emergentes da
Indústria 4.0, voltado para competitividade da indústria. O Edge Computing da
Siemens viabiliza a captura e processamento de dados de máquinas, sensores e
sistemas industriais, de forma descentralizada e segura. Os dados são
democratizados entre os aplicativos da plataforma, promovendo não só aplicações
para melhora da disponibilidade de máquinas, mas também aplicações voltadas
para negócios, como otimização de estoque, logística, relacionamento com
fornecedores e outras etapas do chão de fábrica.
Os smartphones
habilitaram diversas aplicações e modelos de negócios que fazem parte do cotidiano
das pessoas. A computação de borda no ambiente industrial oferece a democratização
do dado, governança amigável e sistema aberto para implementação de softwares
customizáveis. Isso é fundamental para habilitar diversas aplicações e modelos
de negócio para as indústrias, minimizando a necessidade de se comprar um novo
kit de hardware e software para cada aplicação em que se deseja desenvolver ou implementar
no chão de fábrica. “Esta plataforma Industrial Edge Computing que a Siemens
nos apresentou está quebrando paradigmas no contexto industrial, por contemplar
tais premissas e trazer longevidade para o processo de convergência digital da
indústria 4.0”, diz Jardel Wolkers, especialista em fábricas inteligentes da
Fundação CERTI.
O processamento convencional de dados na borda geralmente é caro, demorado,
não é muito escalável e pode ser inseguro. A Siemens tem o Industrial Edge e
traz padrões característicos de TI, como gerenciamento central de hardwares e softwares
distribuídos. Esta revolução que está
acontecendo no chão de fábrica do LABFABER da CERTI está permitindo um incremento de eficiência de até 30%, por meio de um
aplicativo que monitora o gargalo dinâmico do processo produtivo, reduzindo
tempo de máquina parada e antecipando falhas, utilizando uma plataforma segura
e com um CAPEX significativamente menor.
No cenário atual, muitas empresas já reconheceram que precisam se
transformar, mas as arquiteturas e plataformas tradicionais muitas vezes
dificultam processo, por exigir grandes investimentos de hardware e software,
que muitas vezes são subutilizados. Por outro lado, muitos acabam desenvolvendo
soluções proprietárias e encontram diversas dificuldades de governança do
ambiente digital, principalmente no âmbito da segurança cibernética.
Pela configuração
da solução da Siemens, existe uma plataforma intermediária onde é possível administrar usuários e
aplicativos. A CERTI está desenvolvendo aplicativos que serão usados para
promover a transparência operacional do LABFABER, em indústrias que necessitam
de aplicações para clientes. O case CERTI simboliza um dos novos modelos de
negócio dentro da companhia, que é capaz de entregar produtos exclusivos para
seus clientes e parceiros.
A CERTI opera em Florianópolis o LABFABER,
um laboratório-fábrica de referência para a indústria no desenvolvimento, implementação,
disseminação e capacitação da Indústria 4.0. O LABFABER conta com
infraestrutura repleta de tecnologias de automação e informação (TA/TI), tais
como robôs colaborativos, sistemas de movimentação autônoma, sensores e muito
mais. Tais recursos são combinados para promover aplicações customizadas
voltadas para IIoT, Digital Twin, Logística inteligente, Inteligência
Artificial, Integração de sistemas, onde cada aplicação passa por processo de caracterização
do problema a ser resolvido, estudos de viabilidade técnico-econômico,
desenvolvimento, homologação, entrega, monitoramento e otimização, visando
aumentar a competitividade dos setores produtivos no país.