Para melhorar a qualidade de vida nas cidades e preservar o equilíbrio com a natureza e a cultura local, o projeto Aguaduna utiliza a inovação, a tecnologia e a conectividade em benefício da população e de seu entorno. Cerca de 380 mil pessoas, abrangendo a população de Entre Rios e redondezas, serão beneficiadas com o empreendimento.
Apenas 14% do terreno será ocupado por estradas e edificações, de modo que os 86% restantes serão superfícies permeáveis, sendo 37% composto por áreas protegidas (Mata Atlântica, Pantanal e dunas) e 49% formado por áreas verdes, parques e espaços verdes urbanizados.Indo além do conceito de cidade inteligente, Aguaduna reunirá em um mesmo complexo unidades residenciais, inovação, educação e instalações turísticas, sempre em harmonia com a natureza tropical da região. Devido aos investimentos no âmbito social para a região, o projeto atraiu o apoio do poder público local, por meio de um protocolo de intenções assinado com o governo do Estado da Bahia em 10 de dezembro de 2019.
Em sinergia com as comunidades vizinhas, Aguaduna terá como principais pilares a economia circular, inclusive com o reaproveitamento de recursos; a criação de empregos ligados à inovação, em setores como a Internet das Coisas (IoT) e a gestão de dados em larga escala; a priorização de modais alternativos de transporte, com meios de locomoção autônomos, compartilhados e não poluentes; e a gestão eficiente de recursos naturais, incluindo o uso de energia renovável e captação de águas residuais.
“As cidades são organismos vivos e, para serem saudáveis, dinâmicas e duradouras, devem ser concebidas e gerenciadas como um ecossistema em equilíbrio. Para que nossa geração e as que estão por vir obtenham ganho de qualidade de vida, é necessário repensar a relação entre a sociedade e a natureza e fazer uso da tecnologia e do conhecimento como forma de alcançar cidades mais habitáveis, mais resilientes e mais sustentáveis. Aguaduna é um modelo de cidade inovador que valoriza as pessoas, a sociedade e a natureza”, afirma o empresário espanhol Tarek Al Masri, sócio da Seed Global Advisoring (SGA) e um dos responsáveis pelo projeto de Aguaduna. Al Masri também acrescenta que “é um orgulho contar com a Siemens como parceiro estratégico, pois aportará uma grande expertise ao projeto”.
Parceria com a SiemensA Siemens, com o objetivo de fortalecer seu compromisso com a sustentabilidade ambiental, social e empresarial, acaba de ingressar no projeto como um parceiro estratégico. A empresa será responsável pela implementação de soluções e tecnologias que farão de Aguaduna uma referência no uso de dados em larga escala.
Serviços digitais e o uso de Big Data farão parte do projeto para otimizar sua performance tecnológica. Esses avanços também serão implementados em áreas como eletrificação, gerenciamento de resíduos, segurança e mobilidade, criando grandes sinergias entre si e abrindo espaço para inúmeras novas oportunidades de negócios ligadas à economia do conhecimento.
O CEO da Smart Infrastructure da Siemens no Brasil, Sérgio Jacobsen, explica que dentre o portfólio da Siemens para Smart Cities, as soluções de destaque no projeto são: produtos e soluções para tecnologia predial, infraestrutura de carregamento elétrico para veículos e geração distribuída por meio de microrredes de energia. “Todo esse fornecimento de soluções será monitorado via plataforma de gestão de dados MindSphere. Por meio de big data, vamos garantir uma melhor performance tecnológica para a cidade, garantindo além de eficiência energética, confiabilidade no fornecimento de energia.”
O acordo que selou a participação da Siemens no projeto de Aguaduna teve a colaboração da EAN Energia, consultoria especializada em energias renováveis e que promove o relacionamento, a identificação e a conexão dos parceiros tecnológicos que serão os ativadores do projeto de Aguaduna. A EAN foi fundada por Eduardo Angelo, executivo com mais de 35 anos de experiência no mercado latino-americano de energia.
Impacto social e sustentabilidade ambientalAguaduna cobrirá uma área total de aproximadamente 1.000 hectares. Estima-se que, no futuro, o complexo tenha uma população de cerca de 60 mil habitantes, dos quais 60% serão moradores. Outros 20% serão trabalhadores não residentes nas áreas de serviços, comercial, científica, de profissionais de tecnologia, saúde, educação e agronegócio, enquanto 20% serão turistas.
“Escolhemos o Brasil para o primeiro projeto por sua vocação para abraçar tendências, avanços e inovações. Além disso, trata-se de uma grande oportunidade para solucionar grandes desafios em áreas como infraestrutura, urbanização, mobilidade e sustentabilidade”, diz Al Masri.A localização estratégica traz ao projeto importantes influências industriais, comerciais, tecnológicas e científicas, assim como turísticas, devido à sua proximidade com as cidades de Salvador, Camaçari e Feira de Santana, assim como a região turística da Praia do Forte.
A paisagem e o meio ambiente também são elementos sensíveis que receberão total atenção em todas as fases do projeto. Dessa forma, Aguaduna permanecerá profundamente conectada com o ambiente socioeconômico da região em concordância com a lei brasileira nº 11.428/2006 (conhecida como Lei da Mata Atlântica), com mínimo impacto ambiental e social e todos os certificados e autorizações necessários emitidos pelos governos municipais, estaduais e federais.
Parcerias estratégicasAlém da Siemens, o projeto Aguaduna já atrai conversas com outras empresas, uma vez que seu modelo de negócios implica a construção de uma base sólida por meio de parcerias estratégicas.
O primeiro passo é focado na concessão de licenças para empresas que desenvolvem seu ramo de atividade nas principais verticais do projeto. O objetivo é testar a viabilidade de novos produtos e serviços como parte de uma plataforma de serviços sustentáveis.
A segunda etapa concentra-se em um desenvolvimento faseado com um cronograma de comercialização. Para tanto, estão em andamento trabalhos com parceiros especializados na instalação da infraestrutura e com desenvolvedores verticais. O intuito é capitalizar o projeto Aguaduna, oferecendo acordos de licenciamento exclusivos para empresas inovadoras.
Todas as companhias interessadas em ter instalações em Aguaduna precisam assumir o compromisso de atuar como ativadores – um grupo de empresas dispostas a gerar empregos e a atrair profissionais para o projeto, além de contribuir para melhorar o ambiente natural e a biodiversidade da região.
Os promotores do projeto também estão trabalhando com diferentes certificações em nível internacional para garantir um estilo de vida saudável, além de um dos aspectos fundamentais do projeto: a neutralidade das emissões.
Mobilidade e gestão de recursosO modelo de Aguaduna está comprometido com a mobilidade limpa, compartilhada e autônoma.
No projeto, a mobilidade será centralizada por meio de um terminal intermodal, que permitirá a troca de modais para não residentes, que devem circular utilizando diferentes opções de transporte. Também haverá pontos de distribuição de armazenamento e logística.
O sistema de mobilidade de Aguaduna permitirá a circulação de todos os tipos de meios de transporte sustentáveis, individuais e coletivos, e será gerenciado por um software de uso público que promoverá a mobilidade compartilhada de curta e longa distância.
O desenho do projeto ainda contempla a redução de grandes deslocamentos para atividades diárias. O sistema de estradas locais propõe uma ruptura em relação ao modelo de circulação convencional, tendo como premissa a maior atenção para pedestres e ciclistas e o incentivo ao uso de veículos compartilhados em vez de carros particulares.
O modelo de gerenciamento de energia terá sistemas próprios de geração, distribuição e controle central, de forma a ampliar a sua eficiência. Isso inclui o uso da energia renovável a partir de uma matriz diversificada que engloba energia solar, eólica e biomassa.
Em relação ao gerenciamento de recursos hídricos, Aguaduna contará com a utilização de águas residuais, captação de águas pluviais e água sólida para atividades agrícolas, entre outros sistemas. O projeto também contempla uma unidade de biomassa e uma estação de tratamento de águas residuais.